Adotar o estilo de vida minimalista não é tão simples quanto parece.
Primeiro porque pode acontecer de grande parte das pessoas que te rodeiam atualmente podem não entender as mudanças que você quer começar em sua vida.
Segundo porque você terá que ajustar alguns maus hábitos, que de certa forma acabaram se enraizando no seu cotidiano, sem que você percebesse e toda mudança sempre pode gerar um certo receio.
E por último, mas não menos importante, você precisará desenvolver uma mentalidade forte para resistir às tentações constantes de consumo que a sociedade moderna nos impõe, remando, de certa forma contra a maré.
Mas, independente dos desafios que você tiver que superar, pode ter certeza que existe luz no fim do túnel.
O minimalismo pode trazer uma sensação de liberdade e clareza mental que supera qualquer obstáculo inicial.
Com perseverança e foco nos seus objetivos, você descobrirá que uma vida com menos pode, na verdade, oferecer muito mais.
1- Pressão Social
A sociedade em que vivemos nos condiciona a consumir cada vez mais.
A publicidade, as redes sociais e a cultura do consumismo nos fazem acreditar que precisamos de coisas que, na verdade, não são essenciais.
O grande problema é que todos nós somos expostos a toda essa bagagem cultural desde muito cedo, o que torna ainda mais desafiador resistir a essas pressões, mesmo que você esteja tirando as vendas dos seus olhos.
Muitas vezes, amigos e familiares podem não entender ou até mesmo criticar nossa decisão de adotar um estilo de vida mais simples.
É fundamental desenvolver uma mentalidade forte e confiante para manter-se fiel aos princípios minimalistas, mesmo diante dessas influências externas.
As pessoas muitas vezes me perguntam como devem proceder nesses casos.
Eu, particularmente acredito que não devemos ter que dar muitas explicações para os outros.
Afinal de contas a vida é nossa.
Mas, de qualquer forma, para não ser grosseiro, você pode simplesmente dizer que está fazendo algumas mudanças em sua vida para se sentir melhor e mais realizado.
Não é necessário entrar em detalhes ou justificar suas escolhas.
O importante é manter-se firme em seus propósitos, mesmo que os outros não compreendam completamente.
Quando elas começaram a ver os resultados que você terá em sua vida, com mais tempo livre, menos estresse e mais foco no que realmente importa, é provável que mudem de opinião.
Lembre-se, o minimalismo não é sobre privar-se, mas sim sobre escolher conscientemente o que agrega valor à sua vida.
Com o tempo, você pode até inspirar outros a seguirem um caminho semelhante.
Mas de começo não se preocupe com isso.
Antes de mais nada você deve se permitir experimentar essa nova forma de encarar a vida.
Entenda que o exemplo é o maior professor.
Quando as pessoas ao seu redor começarem a notar as mudanças positivas em sua vida, naturalmente ficarão curiosas.
Sua jornada minimalista pode se tornar uma inspiração silenciosa para aqueles que estão abertos a novas perspectivas.
Agora, se existirem pessoas próximas que queiram participar dessa mudança e inclusive caminhar nessa jornada junto com você aproveite essa oportunidade.
Ter um parceiro ou um grupo de apoio pode tornar a jornada mais fácil e gratificante.
Vocês podem compartilhar experiências, trocar ideias e se motivar mutuamente, fortalecendo o compromisso com o estilo de vida minimalista.
Eu sei que nem todo mundo vai encontrar uma ou umas pessoas dispostas a fazer de início essa jornada junto com você, por isso eu criei o canal Quando Menos é Mais para que pudéssemos trocar ideias e aprender juntos durante o caminho de cada um.
2- Medo de perder
Quando estamos caminhando para ter o estilo de vida minimalista começamos, naturalmente, a refletir e perceber que temos coisas demais.
Por isso, é comum que em um dos estágios, haja a necessidade de realizar o destralhe dos ambientes que se vive.
Só que para aquele que está ainda pensando em se tornar minimalista ou no começo da jornada isso acaba parecendo que terá que viver com privações e escassez.
O que eu quero esclarecer aqui é que, na realidade, o que acontece é totalmente o contrário.
O minimalismo não se trata de viver com menos, mas sim de viver com o que realmente importa.
Ao se livrar do excesso, você abre espaço para experiências mais significativas e para o que verdadeiramente traz valor à sua vida.
Essa mudança de perspectiva permite que você aprecie mais profundamente o que possui, resultando em uma sensação de abundância e satisfação, ao invés de escassez.
É muito diferente viver com pouco do que viver apenas com o que se acha necessário.
Para quem ainda tem dúvidas sobre o estilo de vida minimalista, eu devo complementar para não ficar preocupado com isso.
De ter que destralhar e desapegar de tudo que gosta.
Deixe esse pensamento pra lá.
Você verá que naturalmente, em algum momento, você alcançará a maturidade necessária para encarar esse estágio.
Dê tempo ao tempo, ok?
3- O perfeccionismo
O perfeccionismo pode ser um grande obstáculo para o minimalismo.
A busca pela perfeição pode nos levar a procrastinar e a não tomar decisões.
No Japão tem um conceito chamado wabi-sabi que valoriza a beleza da imperfeição e da simplicidade.
Essa filosofia nos ensina a aceitar as imperfeições e a encontrar beleza no que é simples e natural.
Aplicar esse conceito ao minimalismo pode nos ajudar a superar o perfeccionismo e abraçar uma abordagem mais relaxada e autêntica para simplificar nossas vidas.
Isso não quer dizer que temos que baixar nossa régua de qualidade nas coisas que fazemos ou queremos, mas sim que devemos aceitar fazer que tem que ser feito, da melhor forma que conseguimos com o que temos disponível.
Nem sempre vai sair perfeitamente do jeito que você esperava, mas você deve compreender que fez o melhor que pode dentro das limitação que tinha naquele momento.
O objetivo é encontrar um equilíbrio entre buscar excelência e não se paralisar pela busca da perfeição.
Ao adotar uma mentalidade mais flexível, podemos avançar em nossa jornada minimalista com mais facilidade e menos estresse.
Hoje você pode conseguir organizar sua casa 50% do jeito que gostaria.
Amanhã você melhora para 70% e assim vai seguindo sua jornada.
É importante você compreender que deve curtir a jornada.
O estresse e a ansiedade para atingir rapidamente seus objetivos só pioram as coisas e tornam a jornada dolorosa, o que não deveria acontecer.
Lembre-se: o processo deve ser prazeroso, não uma fonte de sofrimento.
4- Permita-se
Um grande obstáculo que muitos enfrentam quando pensam em experimentar o estilo de vida minimalista é acreditar que vão falhar antes mesmo de tentar.
Permita-se experimentar essa nova forma de viver.
Não se preocupe em acertar tudo de primeira.
O minimalismo é uma jornada, não um destino.
Comece com pequenas mudanças e observe como elas afetam positivamente sua vida.
Eu acredito que a melhor forma de usufruir do minimalismo é começar aos poucos.
Realizando pequenas mudanças que você tem mais necessidade de fazer ou sente vontade de experimentar.
Assim, sem muita pressão, você vai incorporando pequenas mudanças em sua rotina.
Você pode começar organizando um espaço pequeno, como uma gaveta ou estante, e observar como isso afeta positivamente seu dia a dia.
Ou começar a desapegar de algumas coisas que estão paradas no quartinho da bagunça.
Quem sabe até mesmo começar a cozinhar mais em casa.
Não importa o que você escolha, à medida que se sentir mais confortável, poderá expandir essas práticas para outras áreas de sua vida, sempre respeitando seu próprio ritmo e necessidades.
Dessa forma você evitar o peso da cobrança sobre seus ombros e aproveita os benefícios do minimalismo de maneira gradual e sustentável.
Lembre-se, cada pequeno passo é uma vitória.
Com o tempo, você descobrirá que essa abordagem não apenas simplifica sua vida, mas também enriquece suas experiências e relacionamentos de maneiras que você nunca imaginou.
E se você for pensar bem, essa forma de começar a experimentar o estilo de vida minimalista é exatamente utilizar a forma minimalista de pensar.
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