A obsolescência programada faz, cada vez mais, com que as coisas durem menos.
Você já se perguntou por que as coisas que compramos duram tão pouco tempo, tendo que estar constantemente comprando-as novamente?
Para 93% dos brasileiros, os eletroeletrônicos duram menos hoje em dia. A ideia é de que a indústria estimula a substituição.
Isso afeta diretamente no nosso estilo de vida que estimula o consumismo e pior ainda, afeta a sustentabilidade do planeta, deteriorando de forma mais rápido o meio ambiente.
E não podemos esquecer o lado financeiro que está diretamente ligado a como conseguimos administrar nosso rico dinheiro.
Por isso hoje vamos bater um papo para esclarecer isso de uma vez por todas!
Para entender melhor todo este panorama de como a indústria, de diversos segmentos, age para fazer com que você não tenha outra opção a não ser comprar um novo produto novamente porque não tem mais como continuar utilizando o antigo, temos que entender o que é obsolescência programada.
Obsolescência programada
Obsolescência programada ocorre quando um fabricante, propositadamente, torna um produto obsoleto ou não funcional em um determinado período de tempo, que é menor do que ele poderia continuar em funcionamento, atendendo às necessidades do cliente.
As primeiras iniciativas de fabricantes que levaram a instituição da obsolescência programa de forma global no mercado ocorreram na década de 1920.
Até então, as empresas criavam seus produtos para que durassem o máximo possível. Acho que por isso que temos a ideia de que produtos antigos eram mais robustos e aguentam mais o tranco.
Inclusive, sei de pessoas que possuem sítios e chácaras, que só confiam em andar com um fusca dentro de suas propriedades, devido aos caminhos de terra e lama que se encontram por toda a propriedade.
Mas o fato é que após a crise de 1929, somando-se à explosão de consumo da década de 1950, ocorreu uma mudança na mentalidade referente a fabricação de produtos.
Como tudo começou
Foi nessa época (em torno de 1920), que o presidente da General Motors, Alfred P. Sloan iniciou a mudança anual de modelos e acessórios dos veículos.
Ele fez essa mudança com o intuito de induzir os consumidores a trocarem seus veículos com maior frequência.
Nessa mesma época, fabricantes de lâmpadas da Europa e Estados Unidos reduziram a durabilidades delas de 2.500 horas para 1.000 horas.
Fazendo assim, com que o consumo aumentasse praticamente em 3 vezes, de uma hora para outra.
E desde então, os fabricantes têm encontrado diversas maneiras para conseguir fazer com que a obsolescência programada estivesse presente nos mais variados mercados e segmentos.
Estímulo ao consumo através de tendências
São diversas as formas utilizadas pelas empresas para conseguir criar a obsolescência programada em seu produtos.
De forma geral, no mercado de roupas, eletrônicos, eletrodomésticos e carros vemos muita coisa parecida.
Uma das formas mais usadas é criar novos designs e tendências.
O engraçado é que esta forma de tornar os produtos obsoletos tem mais a ver com a parte psicológica do consumidor.
É por isso que as grifes de roupas, criam uma nova tendência a cada estação.
Para que aquela roupa comprada no verão passado não tenha mais apelo para ser usada no verão seguinte.
E haja a necessidade de comprar novas roupas para se manter dentro da tendência estipulada pelas grifes.
A obsolescência programada no segmento de roupas
Hoje sabemos que o segmento de roupas é um dos que mais gera resíduos e consome recursos do meio ambiente, tanto da fabricação como também devido ao consumo constante devido ao estímulos através de peças de roupas de baixa qualidade como também a mudança das tendências impostas por este mercado.
Por isso procure adquirir roupas de boa qualidade e durabilidade de empresas que se preocupam em fabricar suas roupas com menor consumo de água e de outros recursos naturais.
A obsolescência programada no segmento automobilístico
A mesma coisa acontece no segmento automobilístico.
No fim do ano de 2022 serão lançados os modelos de 2023.
Mas o grande detalhe, que eu particularmente acho super maluco, é que as montadoras lançam um carro no ano de 2022 falando que é modelo 2023 para desvalorizar o anterior e aquecer o mercado antes de virar o ano.
Se você pensar bem, não faz sentido.
Se o carro está sendo vendido em 2022, ele deveria ser modelo 2022, certo?
A obsolescência programada no segmento dos eletrodomésticos
O segmento de eletrodomésticos não consegue fazer com que seus consumidores troquem seus produtos com tanta frequência.
Porém, é nítido como eles também se esforçam para que isso aconteça.
E se eles gastam para criar novos design de produtos, com novos materiais de acabamento é porque isso dá retorno, certo?
E casos como estes demonstram como as fabricantes agem, de forma totalmente explícita, para fazer com que as pessoas sintam a necessidade de comprar os novos modelos que estão por vir.
A obsolescência programada no segmento dos eletrônicos
Um outro segmento que utiliza a obsolescência programada para alavancar o consumo de seus produtos é o de eletrônicos.
Este segmento se aproveita de que a tecnologia evolui de forma exponencial e assim vai implementando, em doses homeopáticas, a cada novo modelo, algum pequeno avanço.
É como o caso dos smartphones.
Em um ano é disponibilizado mais espaço de memória.
Em outro, o design muda e fica mais fino.
Depois inserem mais uma câmera.
E outra no ano consequente.
E assim vai-se estimulando o consumo a cada novo modelo.
A obsolescência programada no segmento da informática
Nos computadores vemos as empresas de softwares cada vez mais estimulando a necessidade de melhorias no hardware e o inverso também é verdade.
Dessa forma, cria-se um círculo vicioso em que sempre há a necessidade de se fazer upgrades e equipamentos para se conseguir trabalhar com os novos softwares.
Os problemas gerados
Tudo isso acarreta diversos problemas.
Dentre eles, os mais notáveis são: destruição do meio ambiente e consumo excessivo das pessoas.
Eu cresci vendo que tudo isso era normal.
E não fosse esse estalo de me tornar minimalista e parar para repensar tudo que está ao meu redor, não iria conseguir enxergar todo o circo que foi armado para me entreter e não perceber o que realmente está acontecendo.
Nossas crianças crescem achando que é normal trocar de celular todos os anos.
Que é normal uma roupa ser usada apenas por uma estação.
Mas isso não está certo.
Não estamos consumindo a matéria prima que retiramos da natureza de forma correta e consciente.
Não digo que temos que deixar de ter conforto.
Mas temos que fazer escolhas melhores.
Isso ajudará tanto o meio ambiente como nossas finanças.
Se pergunte
Será que em 1 ano a tecnologia avança tanto a ponto de ser necessário ter um novo produto no mercado?
Será que realmente precisamos comprar o novo modelo por ter uma ou duas características a mais que o anterior?
Consumo consciente
Então, o que podemos fazer para consumir de forma mais consciente?
Podemos:
- Optar por comprar produtos que notoriamente possuem um tempo de vida útil maior; Todos sabemos que existem determinados modelos de carros, de computadores, smartphones e eletrodomésticos que dão menos problema.
- Optar por produtos que possuem qualidade superior, e portanto, poderá ser utilizado por mais tempo; Que tal comprar uma roupa um pouco mais cara, mas que vai durar muito mais tempo que a barata?
- Podemos reaproveitar; Se você quer mudar a geladeira apenas para ter o modelo retrô que foi lançado recentemente, por que não encapar-la com uma cor retrô e então conseguir fazer a composição na sua cozinha do jeito que você queria?
- Escolher roupas tradicionais; Roupas tradicionais nunca saem de moda. Você poderá utiliza-las em qualquer lugar e em qualquer momento. Além de serem super fácil de se combinar com outras peças de roupas.
- Venda ou doe. O que não é mais útil para você, pode ser útil para outra pessoa. Considere vender ou doar produtos que estejam em bom estado e que não esteja usando mais.
Se você parou para refletir e pensar em mudar alguns de seus hábitos de consumo, eu o meio ambiente agradecemos.
Assista o conteúdo em nosso canal do YouTube sobre este assunto.
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