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COMO O MINIMALISMO JAPONÊS MUDOU A MINHA VIDA

Desenvolvimento Pessoal

COMO O MINIMALISMO JAPONÊS MUDOU A MINHA VIDA

Roberto Kirizawa
Escrito por Roberto Kirizawa em 06/03/2024
Vagas Esgotadas - Lista de Espera

MINIMALISMO para uma VIDA LEVE

Morar no Japão por um período de 6 anos me proporcionou uma visão única e valiosa da vida, permitindo-me compreender uma cultura completamente diferente da nossa.

Esta experiência enriquecedora ampliou consideravelmente a minha compreensão e apreciação pelo minimalismo.

No Japão, o minimalismo não é apenas uma tendência ou um estilo, mas uma filosofia de vida profundamente enraizada em muitos aspectos do cotidiano.

Desde a arquitetura e design de interiores até a culinária e a moda, o minimalismo é um elemento presente de maneira bastante natural e muitas vezes até imperceptível quando não paramos para ver com um olhar mais criterioso.

Esta experiência de viver o minimalismo no dia a dia japonês mudou significativamente a minha perspectiva e me fez valorizar ainda mais a simplicidade e a beleza naquilo que é essencial.

Criar espaço

É comum encontrarmos muitos casos de pessoas que se empenham em organizar os cômodos de suas casas, dedicando tempo e esforço para ordenar e limpar cada espaço.

No entanto, depois de algum tempo, o que se observa é que tudo retorna ao estado anterior.

As coisas ficam novamente desorganizadas e o ambiente se enche de objetos desnecessários.

Essa situação pode ser interpretada a partir de uma perspectiva da cultura oriental, onde acredita-se que o exterior é um reflexo do interior.

Isso significa que o estado da nossa casa, ou mais amplamente, o estado de nosso ambiente físico, pode ser um espelho de nosso estado emocional e psicológico interno.

Portanto, se desejamos uma casa ordenada e livre de tralhas, é necessário também trabalhar nossos aspectos emocionais e resolver nossos conflitos internos.

Ao fazer isso, seremos capazes de manter a organização de nosso ambiente externo de maneira mais consistente e duradoura, pois o exterior estará refletindo uma situação interna de equilíbrio e harmonia.

Não ter coisas em duplicidade

Durante minha estadia no Japão, uma coisa que notei acerca da cultura japonesa é que eles não costumam ter itens duplicados.

Ao contrário do que é comum em muitas outras culturas, onde as pessoas tendem a ter uma variedade de itens semelhantes, os japoneses valorizam a simplicidade e a eficiência.

Eles usam um determinado item até o fim antes de substituí-lo.

Eu notava um exemplo interessante disso no comportamento dos meus colegas de trabalho.

Não era comum vê-los usando um par de sapatos diferente a cada dia.

Na verdade, eles usavam sempre o mesmo par até que não pudesse mais ser usado.

Só então, após desgastar completamente o par de sapatos, eles compravam um novo e iniciavam o processo novamente, usando esse novo par até o fim da sua vida útil.

Este mesmo princípio se aplicava a tudo na vida deles, desde a pasta ou mochila que usavam para carregar seus pertences, até o celular que utilizavam.

Esta prática, que inicialmente pode parecer estranha para quem está de fora, na verdade, reflete uma filosofia de vida minimalista e consciente, onde cada item é valorizado e usado até o fim.

O valor do espaço

O Japão, sendo uma ilha, tem um espaço geográfico limitado, o que, por sua vez, se reflete diretamente nas moradias das cidades.

Isso levou o país levou ao desenvolvimento de uma cultura de vida mais compacta e eficiente.

Os apartamentos, por exemplo, costumam ter um espaço bastante reduzido, tornando cada metro quadrado muito valioso.

Devido a essa limitação, os habitantes locais se tornaram mestres em maximizar e valorizar cada centímetro de seu espaço vital.

Nesse contexto, ter espaço torna-se um verdadeiro privilégio.

Por isso, deve ser muito bem utilizado e considerado.

A ideia de preenchimento do espaço vai além de simplesmente ocupá-lo; deve-se preencher com algo que tenha propósito, algo que seja tanto funcional quanto significativo para a pessoa.

Afinal, em um lugar onde o espaço é um bem tão precioso, cada elemento que o ocupa deve estar à altura de sua importância.

Wabi Sabi

O Wabi Sabi é um conceito estético japonês que valoriza a simplicidade, a imperfeição e a transitoriedade.

Ele celebra a beleza das coisas simples e imperfeitas, e encontra alegria na simplicidade e na modéstia.

O Wabi Sabi nos ensina a apreciar a passagem do tempo e a aceitar a inevitável impermanência da vida.

Este conceito está profundamente enraizado na filosofia zen e tem uma forte conexão com o minimalismo.

Assim como o minimalismo, o Wabi Sabi nos incentiva a viver com menos, a valorizar a simplicidade e a focar no essencial.

Ele nos convida a reconhecer a beleza das coisas tal como elas são, sem a necessidade de adornos ou excessos.

No contexto do estilo de vida minimalista, o Wabi Sabi pode ser uma poderosa ferramenta para ajudar a reduzir o consumo excessivo e a desordem.

Ele nos encoraja a valorizar as coisas que já possuímos e a encontrar beleza e significado nelas, em vez de buscar constantemente por novas aquisições.

Isso pode levar a uma vida mais simples, mais tranquila e mais satisfatória.

Conexão com a natureza

Acredito que a conexão com a natureza é um elemento importante para obter equilíbrio em nossa vida.

Esta ideia, embora possa parecer simples, carrega uma profundidade que muitas vezes é negligenciada em nossa rotina diária acelerada.

No Japão, uma cultura que valoriza a natureza, existe um termo específico para essa conexão: “shinrin-yoku”.

Traduzido literalmente, significa “banho de floresta”, mas, na minha opinião, a expressão “imersão na natureza” captura muito melhor a essência deste conceito.

Esse termo não foi criado sem motivo.

No Japão, é uma prática muito comum as pessoas se engajarem em atividades ao ar livre, como passeios na natureza, piqueniques em parques florestais, acampamentos em montanhas e trilhas em florestas densas.

Durante o período em que vivi no Japão, tive a oportunidade de experimentar essas diversas formas de conexão com a natureza.

Através dessas experiências, pude constatar pessoalmente como essa imersão na natureza tem o poder de recarregar nossas energias, como se estivesse renovando nossas baterias internas.

Essa conexão com a natureza acalma a mente, aliviando o estresse e a ansiedade que podem se acumular devido às demandas da vida moderna.

Além disso, proporciona uma poderosa sensação de paz e bem-estar, fazendo-nos sentir mais conectados não apenas com o mundo ao nosso redor, mas também conosco mesmo.

Um aspecto interessante é que direcionar o tempo livre para este tipo de atividade ao ar livre além de ser mais saudável do ponto de vista físico e mental, também é mais econômico.

Ao invés de gastar dinheiro em passeios em shoppings ou atividades de consumo, podemos nos beneficiar de todas as maravilhas que a natureza tem a oferecer, sem nenhum custo.

Em resumo, valorizar e buscar a conexão com a natureza pode trazer muitos benefícios para a nossa vida, ajudando-nos a encontrar um equilíbrio mais saudável e satisfatório.

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